segunda-feira, 23 de maio de 2011

Palmeiras x Botafogo


Acabei de assistir a estreia do meu querido Botafogo no Campeonato Brasileiro 2011 com derrota para o Palmeiras, jogando for a de casa. Vencer ou perder faz parte da brincadeira, mas tudo é muito relativo de acordo com o contexto.
O Botafogo foi eliminado da Copa do Brasil pelo modesto Avaí e na mesma semana conseguiu a proeza de não se classificar para as finais do Taça Rio, que corresponde ao segundo turno do Estadual do Rio de Janeiro.
Desde que entrou de “férias”, já que não se classificou em nenhuma das duas competições que disputava, começou sua preparação para o Brasileirão. Cerca de um mês treinando, estudando, aprimorando e tudo mais.
No meio do caminho surgiram algumas promessas da diretoria com relação a reforços, mas esse é um capítulo a parte. Não vale discutir nesse momento, até pelo fato de que não se contratou ninguém de fato.
Voltando ao time que temos, e que jogou nessa tarde de domingo, façamos uma breve análise do que foi a partida contra o Palmeiras…
O primeiro tempo teve um Botafogo razoável, com maior posse de bola, mas com praticamente nenhuma jogada de perigo. Utilizando três zagueiros e dois volantes, naturalmente ficou sem o controle do meio.
Conseguiu bloquear a chegada do Palmeiras e evitar muitos riscos. Aliás, quando os verdinhos encontraram chance, encontraram Jéfferson como sempre fantástico.
Os laterais tentavam apoiar, mas subiam sozinhos, sem ninguém pra encostar, já que ofensivamente as opções eram Thiago Galhardo, Maicossuel e Caio.
Galhardo pouco pode fazer. Com certeza se sentiu absolutamente perdido sempre com alguém de verde na sua marcação e ninguém de branco (jogamos com o uniforme reserva) pra ajudar.
O Mago ainda tentou, pois era sempre a válvula de escape da defesa, que até se saiu bem pra quem não dispitava uma partida ofecial há cerca de 7 meses. Conseguiu se movimentar bem, tentando partir pra cima, mas como os outros, sem nenhum apoio, acabou se perdendo no meio dos adversários.
Por fim, o pobre do Caio. Fraco fisicamente e ainda por cima jogando numa função que não sabe, como homem de área, simplesmente não apareceu em campo. Uma tristeza.
Ao final do primeiro tempo, acreditava que dava pra chegar a uma vitória, mas nosso técnico conseguiu piorar muito o time com suas substituições. Uma verdadeira zona que me leva a perguntar o que tanto fizeram esses jogadores ao longo do período de treinamento? A verdade é que não se encontravam em campo.
Tive a impressão também que o time cansou. Não sou especialista, mas um grupo que se prepara durante um mês, não pode cansar em 45 minutos. Mas é só a opinião de um leigo.

Por outro lado, o Palmeiras, que também não é lá essas coisas, terminou o primeiro tempo com menor posse de bola, e voltou melhor para o segundo. Auxiliado pela confusão que virou o time do Botafogo, tomou conta da partida. Ainda assim, pouco conseguiu ameaçar. No entanto o Botafogo ameaçou muito menos, além de fazer muitas faltas.
Lá pros 30 minutos do segundo tempo, bola pro Kléber. Com toda a liberdade do universo, mesmo contra um time com meia-dúzia de zagueiros,  ele receberu, driblou e meteu o pé. Gol do Palmeiras.
 Qualquer pessoa imaginaria que o Botafogo partiria pra cima pra tentar empatar, mas simplesmente terminamos a partida com apenas 3 finalizações. A imagem que resume a partida é o Palmeiras, aos 46 minutos do segundo tempo, atacando com 4 jogadores contra 5 defensores. Por outro lado, o Botafogo, quando conseguia, atacava com menos jogadores que o próprio Palmeiras.
O placar magro de 1 x 0 para o Palmeiras demonstra as poucas oportunidades reais de gol do Palmeiras, mas não mostra o abismo que separa as duas equipes em termos táticos, técnicos e até mesmo no quesito raça. E olha que o Palmeiras tá bem longe de ser um dos grandes desse campeonato.
Foi a primeira de trinta e oito rodadas de muito sofrimento. Vamos continuar na torcida mas a coisa tá feia pro Fogão.
Que venha o Santos... de preferência com time reserva.


Publicado originalmente em Meu Estilo Livre

domingo, 8 de maio de 2011

Dia das Mães

Não sei por qual motivo sou meio avesso a esses grandes encontros familiares. Chego a me incomodar pelo fato de me sentir um adolescente rebelde, que não gosta de se relacionar com os adultos por se sentir um eterno injustiçado. A verdade é que sempre me retraio nessas datas de grandes comemorações e realmente não sei o motivo.

Cara, a turma toda aqui em casa é muito bacana. Meu tios, primos e quem mais pinta, salvo algumas exceções, são gente boa. Evidentemente temos enormes diferenças religiosas, culturais e clubísticas que criam as distâncias normais impostas pela falta de afinidade em inúmeros quesitos, mas isso realmente não importa tanto.

Mas queria mesmo era relatar o grande evento hoje aqui em casa. Fica entre o engraçado e o grotesco e tenho certeza que muita gente vai se identificar com esse meu depoimento.

São quase 6 da noite e o balacobaco tá rolando desde cedo. Estava eu assistindo ao bom jogo entre Corinthians e Santos, quando deu o intervalo e a festa "pegou fogo", mas chegaremos lá mais tarde. Quero voltar agora um pouco mais cedo, quando os convidados estavam chegando...

Minha mãe adiantou a arrumação da casa e do rango no dia anterior e uma das minhas tias, a tia Vera, já estava aqui quando acordei. Ela veio ajudar nos preparativos. Ocuparam a cozinha e mandaram brasa.

Cara, é comida que não acaba mais. Pra começar os famosos "frios" com salaminho, queijinho, azeitoninha e batatinha portuguesinha. Tudo muito gostosinho... A turma foi chegando e detonou em segundos a travessinha que estava arrumadinha. Eu mesmo caí dentro.

É impressionante como essas coisinhas de comer com a mão são fabulosas. É tipo salgadinho da Elma Chips, impossível comer um só. Quando você percebe, comeu um montão. Aí, já era...

Mas foi nessa onda que a turma foi chegando. E notícia ruim nunca vem sozinha, né? Chegou minha tia Valéria, com meus primos gêmeos - Luan e Tainá - que são umas graças e estão prestes a fazer 11 anos. Um barato! No comando chegaram a mãe da minha tia Valéria, a Dona Ivone, com seu marido Paulo - também conhecido como Cigano da Floresta, uma espécie de entidade etílica, que só "baixa" depois de umas e outras - e a irmã da minha tia, a Karine. Na verdade não sei se é Carine, Karina ou outra coisa parecida. Tem alguns tipos de nome que realmente são difíceis de acertar, tamanha a variação que criam. Quando a chamo pelo nome, procuro sempre ir baixando o tom da voz até sumir com a última vogal e evitar errar o "e" ou "a". Pra mim, virou Karin...

Na sequência veio meu tio Jair, marido da tia Valéria. Na verdade, ele que é o irmão da minha mãe, portanto meu tio de "sangue". Ele sempre me abraça, me beija e fala umas trezentas vezes que eu sou milhões de coisas boas. Isso é bem legal, apesar de eu insistir que ele está um pouco enganado com relação a minha pessoa. Mas como tem gente que se engana pro mal, ele se engana pro bem, e fica tudo na média, né?

Aproveitei esse meio tempo e fui até a livraria Saraiva comprar um livro pra minha mãe. Escolhi "Os 100 melhores Contos Brasileiros do Século". Acredito que ela vá gostar bastante e vou aproveitar pra ler também. Aliás, foi da minha mãe que herdei esse gosto pela leitura, que alguns anos atrás meu pai também passou a curtir. Valeu por essa também, mãe!

Quando voltei, encontrei a casa já com praticamente todos presentes. Uma alegria incrível! Meu tio Jorge, casado com minha tia Vera (a que chegou mais cedo!) chegou trazendo minha avó Elza, mãe da minha mãe. Minha avó entrou num estado muito esquisito nos últimos anos. Ela tem um problema de pulmão que limita a capacidade respiratória. Um problema que é controlado e pronto. Mas ela parece não querer viver mais, já faz alguns anos. Se entrega a algum tipo de depressão por medo da morte. Uma coisa meio esquisita, tipo "quero morrer mas tenho medo". Enfim... ela chega e fica no quarto da minha irmã, como se fosse mais seguro pra ela estar lá do que na sala, com todos, curtindo a família. Algo que talvez nem ela possa explicar.

(NESSE MOMENTO COLOCARAM UM CD DO AGUINALDO TIMÓTEO!)

Grande momento a chegada da minha querida tia e madrinha Tânia (também de sangue, mas irmã do papai). Ela vem com meus primos Letícia e Marcelo, que são duas figuraças! Acho até engraçado pois me identifico mais com eles do que com os outros primos. Talvez pela idade mais próxima, mas também pela convivência. Sempre moramos mais próximos, estudamos nos mesmos colégios e eu a-d-o-r-a-v-a ir pra casa da minha tia quando era moleque. Muito pelo fato da minha tia estar muito em casa, enquanto meus pais trabalhavam o dia todo. Acho que não existe madrinha mais madrinha que a minha.

Minha outra avó veio junto. O nome dela é Eleuzis, e essa sim é a mais sensacional de toda a tropa. Aos sei lá quantos anos, faz noitadas na Lapa e tem uma turma que agita uns "shows" de música em bares e outros baratos. Ela é incontrolável, com o mesmo ímpeto de uma garota de 18 anos. Não sossega por nada.

Bom, minha irmã chegou em algum momento no meio dessa confusão toda. Tava curtindo uma praia e rolou algum tumulto entre ela e meu pai, mas que rapidamente foi resolvido.

Chegou também Tauan, outro primo, e ainda faltava meu padrinho, que chegou um pouco mais tarde. Estava cuidando de algum problema no lago do condomínio lá de Miguel Pereira. Aliás, um lugar lindo do qual ele é uma espécie de "presidente" e faz realmente um trabalho espetacular.

Agora o circo estava completo!

Antes de liberarem o rango, começou uma sessão de fotos inacreditável. TODOS os filhos com cada uma de suas mãe, um de cada vez, foram ser fotografados sentados a mesa, que estava com a comilança servida. Alguém consegue entender? Que cenário é esse? Que pose é essa? Inacreditável... Fui lá em respeito, carinho e amor a minha querida mãezinha e me deixei fotografar.

Depois disso tudo o almoço foi liberado. Uma algazarra maluca aonde todos degladiavam pelas delícias preparadas. Camarão, frango ao catupiry e outros pratos. Pratos para todos os gostos. E foi nesse momento que sentei pra ver o tal jogo na televisão.


Final de primeiro tempo, fui dar um rolezinho e quando voltei, já havia um DVD da Paula Fernandes rolando. Meu pai adora e sempre coloca quando há qualquer tipo de reunião. Ele gosta tanto e coloca tantas vezes pra repetir, que provavelmente a gente já ouviu e assisitiu mais vezes que a própria Paula Fernandes, ou a mãe dela.

Pra minha surpresa, o tio Jorge já dormia no sofá, batendo o recorde mundial de cochilo pós almoço. Acho que ele dormiu tão rápido, que não chegou a engolir a última garfada.

(ACABEI DE SER INTERROMPIDO PARA MAIS UMA SESSÃO DE FOTOS!)

Como ninguém mais aguentava a Paula Fernandes, foi a vez de um DVD do Tim Maia, que não sei de onde surgiu. O Tim é animado e criou frisson entre os convidados. Foi um momento ímpar de animação visto poucas vezes por mim. Foi nesse momento que, numa tentativa desesperada de não pular pela janela, resolvi acessar a internet pra distrair. Resultado: esse post.

Não escrevia no blog faz tempo e nada poderia ser tão bacana quanto esse momento, né?

Comecei a escrever e me lançaram um CD do Aguinalo Timóteo! Isso é pra provar que por pior que seja, as coisas podem piorar.

Ouvi uma batidinha na porta e pedi pra minha prima abrir. Eu estava sentado ao lado e percebi que ela ficou tensa. Olhou e disse: "Tem um policial aqui. Estão reclamando do barulho". Já ia me levantar indignado, afinal de contas, tem barulho sim, mas é barulho de qualidade!
Foi quando me dei conta de que o CD era do Aguinaldo, e poderíamos ser indiciados por consumo de drogas.

Piadinhas a parte, quando eu estava me levantando, o policial adentrou. Era o Fábio! - não aquele do Tropa de Elite - mas o marido da minha prima Luana, filha do Tio Jorge com a primeira esposa. Ele trabalha aqui perto e veio conferir o rango materno! Grande figura, ainda trouxe o seu parceiro, cujo nome não sei dizer.

Voltei aqui ao post e como uma espécie de produção de show, a cenografia foi toda alterada. O que era um "Dia das Mães", virou uma festa de Primeira Comunhão!?!?!?! Como? Não me perguntem. Nem sequer eu consigo entender. Fato é que meus priminhos - aqueles gêmeos - consumiram ontem pela primeira vez aquela pastilhinha que gruda no céu da boca, a tal da hóstia. E aproveitaram pra fazer uma festa em função disso e eu sempre sou meio pego de surpresa. Tenho certeza que minha mãe não comenta essas coisas comigo para evitar qualquer tentativa minha de boicote ou fuga.

Enfim, o estrago estava feito. Foi o momento da tal nova sessão de fotos a que me refeir um pouco acima. Com direito a participação dos amigos PMs - que já encerraram o expediente, vale bom ressaltar.

Minha mãe, num momento de lucidez, resolveu tirar o Timóteo. Para meu desespero resolveu degustar uma Ivete Sangalo. Pensei que seria o fim, mas resisti bravamente.

Como não poderia deixar de ser, cantaram um "parabéns pra você", do qual não participei. Nunca entendi bem esse "parabéns" que cantam na minha família em datas como essas. Parabéns pra quem? Pras mães, pras crianças? Parabéns é para aniversário, pô!

Enfim, os doces estão liberados e é em nome deles que eu passei por toda essa provação. As formigas estão atacando e estou perdendo. Minha tia Vera acabou de me trazer um manjar.

Apesar das minhas esquisitices e distanciamento, os doces são sempre feitos pra mim. É tipo uma coisa meio velada, para que os outros não se sintam desprestigiados, mas fato é que sempre cada tia, cada avó, vem pertinho dizer: Vai lá comer o pavezinho, o manjarzinho, o bolinho ou seja lá o docinho que cada uma fez "pra mim".

É... pensando bem, até que esa família não é tão ruim assim. Ficarei até a próxima comemoração.

Parte da família em mais uma das inúmeras fotos. Quem é o mais feliz?!
Publicado originalmente em Meu Estilo Livre